Casa das Minas |
Em São Luis, a Casa das Minas ou Querebentã de Zomadônu é um templo religioso de matriz Africana criado pelos chamados ‘minas’, na primeira metade do século XIX. A atual sede fica na Rua de São Pantaleão, esquina com o Beco das Minas. A casa teria sido fundada em 1847, em terreno comprado por escravos libertos. Durante a abolição e nas primeiras décadas do século XX, a Casa das Minas teria se expandido significativamente e encontrado apoio entre intelectuais maçons e escravos libertos.
A Casa das Minas é o terceiro terreiro de Culto Afro-Brasileiro tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) em 2002. A Casa das Minas é única no mundo, pois não possui casas que lhe sejam filiadas. Nesta casa os cânticos são em língua jeje (Mina-Ewê-Fon) e só se recebem divindades denominadas de voduns. Apesar de não ter casas filiadas, o modelo do culto do Tambor-de-Mina é grandemente influenciado pela Casa das Minas.
A Casa das Minas é o terceiro terreiro de Culto Afro-Brasileiro tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) em 2002. A Casa das Minas é única no mundo, pois não possui casas que lhe sejam filiadas. Nesta casa os cânticos são em língua jeje (Mina-Ewê-Fon) e só se recebem divindades denominadas de voduns. Apesar de não ter casas filiadas, o modelo do culto do Tambor-de-Mina é grandemente influenciado pela Casa das Minas.
ORIGENS DA CASA
Em São Luis a Casa das Minas é obra de escravos de etnia Jeje, Ewe ou Eoué, procedentes do Daomé, atual República do Benin, que a denominavam de Querebentã de Zomadonu. O terreiro, conforme depoimento de uma antiga nochê, foi instalado primeiramente num terreno baixo da Rua de Santana, entre a Rua da Cruz e a Godofredo Viana, no centro de São Luís. O termo “mina”, embora designe o grupo étnico do Gana e esteja associado ao forte de São Jorge da Mina ou Elmina, na Costa do Ouro. O termo serviu para rotular os negros sudaneses introduzidos no Brasil à época do tráfico: mina-fanti, mina-mahi, mina-popo, mina-jeje, mina-nagô, entre outros. Daí a expressão Tambor de Mina aplicada aos terreiros religiosos oriundos dessas etnias no Maranhão, e, consequentemente, Casa das Minas – onde vivem as negras minas.
“Quilombo Urbano”, assim podemos descrever a Casa das Minas, um núcleo de resistência social, um marco na afirmação da cultura e da Religiosidade africana no Maranhão. “Desde as suas origens a Casa Grande, às mãos dos Minas, foi casa para reunião social, política e religiosa”, constatou Nunes Pereira (A Casa das Minas, 1979).
Uma Trincheira Negra, a história registra cenas de repressão sistemáticas por parte da Polícia Estadual, no intuito de proibir os rituais e festejos. E havia, ainda, os descrentes, como o grupo de marinheiros que adentrou o terreiro com zombarias. Castigados pelos voduns, não conseguiam parar de dançar até que fossem retirados dali.
Como chegar na Casa?
Fontes Exploradas:
* VERGER, Pierre. Uma rainha africana mãe-de-santo em São Luís. São Paulo: Revista
USP, 6:151-158. Jun. Ago. 1990.
* FERRETTI, Sérgio. Repensando o Sincretismo no Brasil. São Paulo/Edusp, São Luis/Fapema, 1995.